15 passos para um regresso ao trabalho mais tranquilo

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Fundadora do projeto Mães às Claras

O regresso ao trabalho depois de seres mãe não é uma data, é um processo complexo, de transição de uma realidade para outra totalmente diferente. Para umas mulheres poderá ser mais fácil e natural; para outras poderá ser extremamente desafiante, complexa e longa. Uma fase que, uma vez iniciada, permanecerá ali presente durante toda a nossa vida ativa.

O nascimento da working mom

A transição de volta ao trabalho após a licença parental é muito desafiadora e simultaneamente é onde, por norma investimos menos tempo no planeamento e preparação.  

Quando somos mães (e pais) de primeira viagem, tudo é desconhecido! A vivência da gravidez com todos os seus medos e ansiedades; o parto, em que o nosso corpo vai experienciar alterações físicas e sensações nunca antes sentidas (algo único que não é comparável a mais nenhum outro acontecimento nesta vida); o pós-parto, que durante muito tempo também foi negligenciado, mas onde atualmente já existe uma consciência social e familiar da sua exigência e, como tal, já nos vamos preparando para ele com maior atenção, procurando redes de suporte e informação que nos ajudam a navegar essa fase tão delicada e exigente. 

Mas há uma peça essencial do puzzle que fica sistematicamente esquecida. Uma fase que, uma vez iniciada, permanecerá ali presente durante toda a nossa vida ativa: o nascimento da working mom! 

O regresso ao trabalho não é uma data, é um processo complexo, de transição de uma realidade para outra totalmente diferente. Para umas mulheres poderá ser mais fácil e natural; para outras poderá ser extremamente desafiante, complexa e longa. 

Mas continua a não ser devidamente valorizada, planeada e organizada. Porquê? Talvez porque, ao contrário de todas as fases acima descritas, acreditamos que, neste caso, não é algo novo (pelo menos totalmente novo).  

Afinal, vamos regressar para um local que nos é familiar, provavelmente vamos voltar a trabalhar com colegas que já conhecemos e até consideramos nossos amigos, para uma função que já exercíamos, para uma realidade que já conhecemos e onde nos sentimos bem e confortáveis. 

Mas, será mesmo assim? 

A verdade é que a empresa até pode ser a mesma; os teus colegas e a tua chefia também; até podes voltar para a mesma função que já dominas e fazes de olhos fechados (embora os largos meses de out of office te irão fazer esquecer muita coisa); e até te podes voltar a sentar exatamente na mesma cadeira confortável que tinhas antes de ires de licença! 

Mas tenho uma notícia para te dar. Há uma coisa que garantidamente vai mudar: TU! Tu não vais regressar sendo a mesma pessoa e profissional que eras antes da licença. 

evidência científica de que o nascimento de um filho nos muda realmente. Não é uma vã expressão popular. É real! Existem alterações físicas, mentais, emocionais, hormonais, espirituais provocadas pelo impacto que um filho traz à nossa vida.

Lauren Smith Brody, uma autora e jornalista americana, deu inclusivamente um nome a esta fase: The Fifth Trimester, cujo livro com o mesmo nome, recomendo desde já a todas as working moms que estejam a regressar ao trabalho.

“tenta resistir a avaliar a tua temperatura emocional durante as primeiras semanas de regresso ao trabalho”

Daisy Wademan Dowling, fundadora e CEO da Workparent

Vamos ser pragmáticos: Estiveste fora do ritmo do escritório durante meses e estás a regressar como uma pessoa diferente, com novas prioridades e preocupações. Já não falando do stress, da tensão de toda uma nova e complexa logística, da falta de descanso, privação de sono, falta de tempo para cuidares de ti, da insegurança e baixa auto-estima que são comuns também nesta fase. 

Por outro lado, muita coisa aconteceu na empresa durante esses meses. Provavelmente tens agora colegas novos e outros já lá não estarão. Os projetos são outros, com outros objetivos e prioridades. 

Pode ser sim um processo desafiador e emocionalmente pesado, pois as exigências do trabalho e da maternidade muitas vezes parecem puxar em direções opostas.

Conciliar maternidade e carreira é uma jornada contínua e é importante lembrar que não existe uma solução única para todos.  

Encontrares a melhor forma para conseguires conciliar da melhor maneira estes dois aspetos cruciais da tua vida é essencial, quer para o teu próprio bem-estar, quer para o da tua família. 

Dicas para um regresso ao trabalho mais gentil e suave

O regresso ao trabalho é um desafio e não há um caminho perfeito, nem uma solução one-size-fits-all.

Mas podes (e deves) planear com tempo todas as etapas dessa equação, procurando ajuda e informação e refletindo com profundidade e em casal, sobre as melhores opções para a vossa dinâmica e contexto. 

Mas e como podes então tornar esta transição uma pouco mais suave e gentil, nestas primeiras semanas e meses de regresso ao escritório? 

Estas são as dicas que te trago para te ajudar a navegar no caminho de regresso ao trabalho! 

Disclaimer: esta preparação deve ser iniciada ainda na gravidez (idealmente até antes dela começar). 

1. Planeia com antecedência

Regressar ao trabalho requer um planeamento cuidadoso e pormenorizado. 

Começa por criar um cronograma que leve em consideração todas as variáveis da equação. Mapeia todos os processos, etapas, tarefas e perguntas importantes sobre as quais devem refletir. 

Existem atualmente muitas ferramentas que te poderão ajudar com isso. Podes criar um cronograma e colocar todos os pontos que precisam de ser analisados e todas as tarefas que precisam de ser feitas, e definir datas para cada. Podes agregar tudo no mesmo sítio facilmente, partilhar com o teu parceiro e definir responsáveis para cada tarefa. 

Isto é válido para tudo:

  • cuidados infantis;
  • divisão de tarefas domésticas;
  • divisão de tarefas nos cuidados ao filho;
  • negociação com a empresa no regresso ao trabalho;
  • planeamento financeiro, etc. 

Planear com antecedência ajuda a reduzir a ansiedade e vai-te ajudar a garantir que (quase) tudo esteja pronto para uma transição mais suave. Digo quase, porque tu não estarás, mas essa parte é aquela que não vais conseguir projetar atempadamente e, portanto, não é planeável. 

2. Explora os teus direitos e negoceia as condições

Foca nesta palavra: flexibilidade! É aqui que está a chave para conseguires uma melhor conciliação entre maternidade e carreira. 

Começa desde logo (quanto mais cedo, melhor), a explorar a legislação que tens ao teu dispor em matéria de apoio à parentalidade: licenças parentais, horários de amamentação, teletrabalho, horário flexível, etc.

Mas esta preparação deve ser iniciada ainda durante a gravidez e não quando o teu filho nasce! Precisas de tempo e discernimento para poderes tomar as melhores decisões nesta matéria, e no momento do parto e pós-parto não terás nenhuma delas! 

Portanto, se estás grávida, começa já a estudar as várias opções e literalmente a fazer contas e a projetar cenários sobre cada uma delas. 

Tens várias opções disponíveis que podes ativar no momento do regresso ao trabalho, para que este possa acontecer de forma mais suave e gentil, permitindo uma melhor adaptação à vossa nova realidade e às vossas novas necessidades (as tuas, as do bebé e as de toda a família). 

Alguns direitos inclusive são cumulativos e podem, por isso, ser conjugados! 

Se achares que a legislação é complexa, não te censuro, porque é mesmo! Mas, se for esse o caso, procura um consultor de direitos parentais para te conduzir nesse processo e garante que fazes as escolhas mais acertadas, encontrando a melhor solução para a vossa dinâmica e contexto familiar. 

O investimento compensará certamente!

Ler também: Mitos no regresso ao trabalho

Acima de tudo analisa muito bem as opções que tens, quer pela empresa (em matéria de benefícios de apoio à parentalidade), quer pela via dos direitos parentais legalmente estabelecidos. 

Lembra-te apenas que idealmente deves sempre fazê-lo de forma amigável, com bom senso, utilizando uma argumentação sólida e comunicando de forma assertiva com a tua empresa.  

Fala abertamente sobre as tuas necessidades e mostra que essas condições que estás a tentar negociar não farão diminuir o teu comprometimento, ética e qualidade do trabalho. 

Quer optes por trabalhar a tempo inteiro ou em part-time inicialmente (se tiveres essa opção, em Portugal não é prática habitual) recomendo-te que comeces a trabalhar a meio da semana. Assim trabalharás apenas 2 ou 3 dias na tua primeira semana de regresso ao trabalho. 

Um início a meio da semana permite-te fazer a adaptação de forma um pouco mais lenta, gradual e suave, para não começares logo “a sério”, a enfrentar uma semana inteira de trabalho.

3. Mantém contacto com os colegas de trabalho 

Se possível vai mantendo contacto com alguns colegas que te sejam mais próximos, durante a tua ausência. Combina um café por exemplo, vai falando no WhatsApp, para te ires atualizando sobre as novidades e até alguns “mexericos”. São importantes para te sentires envolvida e não ficares com a sensação de exclusão quando regressares. 

Uns dias antes do regresso, aconselho-te também a dares um saltinho ao teu local de trabalho se te for possível, para te ires reconectando com o espaço e as pessoas. Podes até aproveitar e apresentar o teu bebé aos coleguinhas! Ficarão todos deliciados com a sua fofura! E ainda podes aproveitar essa visita para teres uma primeira conversa com a tua chefia. 

4. Contacta com os RH e com a tua chefia

Se o teu departamento de RH ainda não entrou em contacto contigo sobre o teu regresso, toma tu a iniciativa ou envia um e-mail para saberes o que precisas de fazer antes de regressar ao trabalho. 

Coisas como:

  • alinharem a data exata de regresso (podes querer meter férias por exemplo);
  • comunicação e negociação do horário de amamentação e de outras condições como o pedido de teletrabalho;
  • questionar sobre o local onde podes extrair leite

são tudo questões que deves alinhar com os RH e com o teu manager.

Ler também: Licença parental não chega: 4 práticas que as empresas podem implementar para apoiar os pais

5. Dá um check às tuas roupas de trabalho

Está na hora de deixares as tuas camisolas de malha em casa.

Mima-te com algumas peças novas que te vão deixar com vontade e motivação para te vestires de manhã.

O aumento da confiança contribuirá muito para enfrentar este desafio! E o teu outfit ajudará com nisso.

Além disso, antes de regressares ao trabalho, convém verificares se as roupas que costumavas levar para o trabalho te servem ou se tens necessidade de comprar roupas novas. 

6. Sê gentil contigo mesma 

Em primeiro lugar, e conforme refere Daisy Wademan Dowling, fundadora e CEO da Workparent, uma empresa de consultoria para pais trabalhadores, citada neste artigo da Harvard Business Review, “tenta resistir a avaliar a tua temperatura emocional durante as primeiras semanas de regresso ao trabalho”.

A tua vida mudou radicalmente. Regressar ao trabalho após a licença parental é um processo, não uma data. Leva tempo e deves permitir-te ter esse tempo de adaptação. Estarás cansada, frustrada e cheia de dúvidas, talvez até em conflito sobre se deves voltar ao trabalho ou ficar em casa. 

Na verdade, muitas pessoas voltam da licença parental e consideram desistir. Mas só porque estás triste ou preocupada agora, não significa que estarás para sempre. 

Não é de todo recomendado tomares decisões estratégicas da tua vida, que afetarão o teu futuro, durante estas primeiras semanas, já que é uma época muito emocional e hormonal.  

Lembra-te de que é muito cedo para tirares conclusões. Dá tempo ao tempo.

Atenção: isto não significa que deves ignorar os teus sentimentos, mas tem em mente que, tal como as idades e fases do teu novo filho, isto também passará. Só não sejas muito dura contigo mesma nesses primeiros tempos.

7. Faz alguns testes e simulações 

Regressar da licença parental envolve frequentemente a execução de toda uma nova logística. Há novas dinâmicas que começarão a ser implementadas agora no dia a dia do vosso núcleo familiar.  

Tenta, na medida do possível, antecipar essas novas dinâmicas e rotinas o máximo possível para minimizar o impacto. 

Começa com o básico: o primeiro dia em que voltas ao trabalho não deve ser o primeiro dia em que o teu bebé vai para a creche, para a avó ou para uma nova ama. 

Tenta fazer pelo menos algumas experiências de teste, por exemplo de apenas algumas horas com a nova cuidadora, ou até mesmo começar a levar o bebé uma semana mais cedo para a creche, ainda que por apenas algumas horas.  

A ideia é fazeres uma transição gentil, suave e gradual para o teu filho também.  

Lembra-te que não és só tu que vais iniciar uma transição difícil; o teu filho também vai.

8. Sê honesta com o teu chefe

Talvez não o faças logo no teu primeiro dia de regresso, mas em algum momento precisas de ter uma conversa honesta e franca com o teu chefe sobre a tua nova realidade, necessidades e prioridades. Pede ao teu manager para te transmitir algumas linhas gerais sobre como estão as coisas na equipa, que projetos estão a decorrer e partilha de expectativas entre as duas partes.

Pessoalmente, eu sou apologista de que, tal como existem os programas de acolhimento de novos colaboradores, as empresas deveriam desenhar também programas de (re)acolhimento para os colaboradores que regressam depois de serem pais. Mas isso é discussão para outra altura! 

Se a empresa não tem qualquer tipo de processo definido para esta fase, então assume tu a dianteira e provoca esse momento! Entra em contacto com o teu chefe e solicita uma pequena reunião. 

Admite com humildade e transparência que as próximas semanas podem ser turbulentas mas deixa claro que continuas totalmente comprometida com o teu trabalho e organização.  

Pensa no que precisas do teu empregador e em como fazer com que a tua nova situação funcione da melhor forma para ti.  

Indica à tua chefia projetos para os quais gostarias de ser considerada e eventualmente até o teu interesse em desempenhar uma nova função para uma nova oportunidade que surgiu na empresa.

9. Ajusta expectativas com os teus colegas

Está atenta à forma como geres as relações com os colegas enquanto te adaptas à tua nova vida profissional.

A comunicação é fundamental. Sê assertiva e transparente sobre como e quando irás trabalhar. Partilha com todos o teu horário e define bem os teus limites. 

Por exemplo, se precisares de sair todas os dias às 16h em ponto, então as pessoas saberão e começarão a ficar disciplinadas e a respeitar esse teu horário, para não te pedirem coisas às 15h59. 

Claro que poderão existir exceções, problemas de força maior podem surgir e onde seja realmente necessária a tua presença e suporte na empresa. Mas deve ficar claro que é mesmo isso: uma exceção.

10. Faz um refresh à tua secretária

Vais ficar aqui sentada por longos períodos de tempo, por isso deixa a tua secretária convidativa e confortável para ti. Uma lâmpada suave pode temperar a iluminação fluorescente do teto, os vasos de suculentas proporcionam um pouco de beleza e, claro, uma foto emoldurada do teu bebé ajudará o espaço a parecer aconchegante.

11. Procura apoio

Retomar a vida profissional é um processo complexo e duro – não o faças sozinha.  

Enquanto fazes essa transição procura apoio e incentivo.  

Um forte sistema de apoio pode fazer toda a diferença no teu regresso ao trabalho. Apoia-te na tua família e amigos para obter suporte emocional e ajuda prática. 

  • Junta-te a uma rede de mães e pais que trabalham e que te podem oferecer insights e conselhos com base nas suas próprias experiências;
  • Procura uma comunidade de apoio online;
  • Constrói ligações com pessoas na tua vizinhança que também têm filhos pequenos;
  • Descobre se o teu empregador tem recursos para novos pais;
  • Procura conselhos de colegas que já passaram pelo processo;
  • Se o teu bebé está na creche ou no berçário podes até aproveitar para construir esse grupo com os pais dos colegas da turminha do teu bebé. Eles estão a viver uma fase certamente muito idêntica à tua!

Existem muitas opções a que podes recorrer. Só não o faças sozinha! 

12. Garante tempo de qualidade com o teu filho 

À medida que voltas ao ritmo de trabalho, pensa em como irás passar tempo de qualidade com os teus filhos. Será de manhã? À noite? Principalmente aos fins de semana?  

Especialmente se trabalhas muitas horas ou viajas com frequência, muito facilmente cairás numa rotina onde, de repente e sem que te apercebas, deixas de ter tempo de qualidade para alimentares o vínculo com o teu filho. 

Cria um canal aberto e transparente de comunicação com a pessoa cuidadora do teu filho. Quer o bebé vá para a creche ou fique em casa com uma ama ou familiar, estas pessoas são agora peças fundamentais na tua vida.  

Pede-lhe que te envie fotos enquanto estás no trabalho ou faz videochamadas por exemplo. Tu saberás o que fará mais sentido para vocês. 

O ponto principal é: não permitas que o vínculo emocional com o teu filho fique em segundo plano, de forma alguma.

13. Redefine as tuas expectativas

É importante definires expectativas realistas para ti mesma. Entende que podes não conseguir ter o mesmo desempenho que tinhas antes de ter um bebé, pelo menos nesta fase inicial do teu regresso. 

Muitas vezes, antes de termos um bebé, dedicamo-nos muito mais ao nosso trabalho do que aquilo que realmente recebemos por ele e isso de repente torna-se difícil quando também temos filhos para cuidar.

Além disso, considera que os 100% que dedicavas ao trabalho antes de teres filhos podem parecer diferentes agora porque só podes dar 100% do que tens.  

Então, se estás em modo de privação de sono ou tiveste uma manhã cheia de stress com birras na ida para a creche… tudo isso vai afetar os teus níveis de energia e de produtividade. 

Provavelmente vais sentir que não estás a fazer o suficiente. Sê paciente e gentil contigo mesma. Pensa no que dirias a uma amiga tua que estivesse a passar por essa situação e tenta falar contigo mesma como falarias com ela. 

Não assumas que serás a mesma profissional que eras antes de seres mãe. Não vai acontecer. Em vez disso, pensa em como podes modificar os teus melhores atributos para te adequares à tua nova vida e nas novas skills que a maternidade te dará.

“Se eras a pessoa que trabalhava mais arduamente no escritório, então talvez te tornes a mais eficiente. Se eras a melhor mentora ou líder de projeto, torna-te a melhor a delegar tarefas”

Daisy Wademan Dowling, fundadora e CEO da Workparent

O teu objetivo é redefinir as tuas expectativas para ti mesma. “Se não o fizeres, irás te ver a tentar desempenhar um papel que já não podes desempenhar.” – acrescenta Dowling.

Então sê realista sobre o que podes e deves dar.

14. Prioriza-te

Conciliar trabalho e maternidade pode ser física e emocionalmente exigente.  

Muitas vezes corremos do trabalho para a creche e depois vamos diretas preparar o jantar e a rotina da noite. 

Vamos para a cama e tudo recomeça no momento em que acordamos. E assim vivemos, em modo piloto automático, sem conseguir sair da roda do rato.

É cansativo e insustentável. Faz algum exercício e planeia uma curta caminhada entre o final do trabalho e a ida à creche, por exemplo, ou revezem-se a assumir a rotina da noite, para que cada um tenha uma noite para fazer algo prazeroso. 

Mas usa esse tempo para ti, não para a casa! 

Uma mãe bem descansada e emocionalmente equilibrada está mais bem equipada para gerir as suas responsabilidades profissionais e familiares.

Ler também: O paradigma da maternidade moderna

15. Vive o momento presente

Quando estiveres no trabalho, procura estar totalmente presente nas tuas tarefas. Da mesma forma, quando estiveres com o teu filho, tenta estar totalmente focada nele. Essa prática de atenção plena pode ajudar-te a aproveitar ao máximo o teu tempo em ambas as funções.  

Evita o multitasking quando não for necessário, pois isso provocará maior stress, ineficiência, maior desgaste de energia e sensação de estares sobrecarregada. 

Parece fácil mas pode ser incrivelmente difícil de fazer e muitas vezes requer o estabelecimento de limites firmes em relação à vida profissional vs. vida pessoal.

Conclusão

Em suma, nós sabemos (e ouvimos muito essa expressão) que a nossa vida nunca mais será a mesma depois de sermos mães. Mas não temos real noção do que isso significa objetivamente até que o sejamos de verdade. 

O impacto é brutal e transversal a todas as esferas da nossa vida. 

Conciliar maternidade e carreira é uma jornada contínua e é importante lembrar que não existe uma solução única para todos.  

O que funciona para uma mãe pode não funcionar para outra.  

A chave é: começa por redefinir as expectativas que tinhas idealizado para ti mesma, considerando as novas prioridades e contexto do teu novo normal e a nova pessoa que és.  

E então, procura uma fórmula que se adapte às tuas circunstâncias e prioridades únicas. 

Bom regresso!

 

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